Senha de acesso: Louvre – as falhas de segurança que deixaram o maior museu de arte do mundo vulnerável
- Julio Cesar Segantini
- 7 de nov.
- 3 min de leitura
O Museu do Louvre, guardião da Mona Lisa, surpreendeu ao expor uma vulnerabilidade alarmante: a senha de acesso do sistema de segurança era, simplesmente, “Louvre”.
Essa revelação, exposta pela auditoria que está investigando o roubo das joias da coroa francesa, avaliadas em mais de R$ 500 milhões, acende um alerta global para instituições que subestimam riscos digitais.

Falhas de segurança: a bomba digital ignorada por anos
Após o roubo cinematográfico das joias do Louve, a auditoria conduzida pela Agência Nacional de Segurança Cibernética da França (ANSSI) revelou uma séria de falhas de segurança do museu.
O relatório da auditoria destacou que as falhas na segurança física, evidenciadas pelo roubo das joias, foram potencializadas pela falta de controle de acesso aos locais em que obras de renovação eram realizada. Além disso, o fluxo diário de 30 mil visitantes, dificulta o monitoramento em tempo real de todas as pessoas que acessam o museu.
A auditoria também revelou vulnerabilidades técnicas expondo que o museu opera com o softwares e sistema obsoletos, sem atualização, correção de vulnerabilidades e suporte técnico. Ou seja, qualquer nova falha descoberta permanece explorável indefinidamente, tornando o ambiente um alvo fácil para ataques cibernéticos. Outra falha revelada foi que a senha "Louvre" era usada para acessar servidores críticos de vigilância desde 2014. Assim, bastava digitar o nome do museu em maiúsculas para desbloquear câmeras, controles de acesso por crachá e até fluxos de dados de sensores de movimento
Anteriormente, problemas de segurança já tinham sido relatados durante testes de penetração - ataques controlados realizados por profissionais de segurança para descobrir falhas no sistema, feitos em 2014 e 2019. Nestes testes, em minutos os profissionais invadiram a rede, manipulanto câmeras e acessos por crachá.
Como não deixar seu “Louvre” exposto?
As vulnerabilidades expostas do Louvre servem como um lembrete de que nenhuma instituição, por mais prestigiada que seja, está imune a falhas de segurança, especialmente quando a tecnologia e os processos não acompanham a modernização física e operacional. A combinação de sistemas desatualizados, orçamentos mal direcionados e negligência com práticas básicas de cibersegurança pode transformar um problema técnico em uma crise de reputação global.
Assim, para evitar que situações semelhantes ocorram na sua organização, é essencial adotar medidas preventivas e estratégias de proteção contínua. Abaixo listo ações que toda empresa, independentemente do tamanho, deveria adotar:
Implementar políticas de segurança e governança claras: definia regras, responsabilidades e procedimentos de segurança para todos os níveis da organização. Isto garante que a proteção da informação seja parte da cultura corporativa.
Manter sistemas e softwares sempre atualizados: aplique patches de segurança e use apenas versões suportadas pelo desenvolvedor. A maioria dos ataques explora vulnerabilidades conhecidas em sistemas desatualizados.
Adotar autenticação forte e controle de acessos: utilize autenticação multifator (MFA), aplique o princípio do menor privilégio e revise periodicamente as permissões de usuários e administradores.
Capacitar colaboradores em cibersegurança: treine equipes sobre boas práticas, engenharia social, phishing e manipulação de dados pessoais. O fator humano ainda é a principal porta de entrada para ataques (mais de 70% dos incidentes envolvem erro humano).
Monitorar, auditar e responder a incidentes: implemente sistemas de detecção e resposta a incidentes, realize testes de penetração e auditorias regulares. Além de manter um plano de resposta a incidentes atualizado para minimizar danos em caso de violação de dados.
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Nenhum patrimônio resiste à negligência digital
O episódio do Louvre reforça que segurança da informação não é apenas uma questão técnica, mas um pilar estratégico de qualquer instituição moderna. A negligência em atualizar sistemas, investir em governança digital e treinar pessoas pode transformar vulnerabilidades simples em desastres de grandes proporções, tanto no mundo físico quanto no digital.
Assim, a verdadeira lição deixada pelo museu mais famoso do mundo é clara: proteger dados, sistemas e pessoas é uma tarefa contínua, que exige vigilância constante, investimento inteligente e, acima de tudo, uma cultura organizacional comprometida com a segurança em todos os níveis.
Julio Cesar Segantini
Consultor de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais
Julio é um profissional experiente com mais de 35 anos no mercado de TIC e 20 anos em consultoria empresarial. Possui pós-graduações em Marketing, Perícia Forense Computacional e Consultoria Empresarial, além de um MBA em Negócios Digitais e Inteligência Financeira. Sua expertise em gestão e tecnologia aliados a suas certificações internacionais em privacidade e proteção de dados o torna um profissional completo e altamente qualificado para auxiliar as empresas em seu compliance com a LGPD.


